terça-feira, dezembro 23, 2008

Considerações sobre o orçamento da CMP para 2009

A receita prevista para 2009 é de 138.235.050 €, este valor de receita representa o dobro do que será executado em 2008.

A receita assenta principalmente em 2 mecanismos, nomeadamente Rendimentos de propriedade - 26.428.000 € (sobe 1353.3% relativamente a 2008), e Venda de bens de investimento - 48.379.750 € ( sobe 98.2% relativamente a 2008), em conjunto os rendimentos de propriedade e as vendas de bens de investimento representam 54% da receita

O significado destas operações traduzir-se-á:

Na cedência de diversos equipamentos municipais em direito de superfície a empresas participadas pela autarquia que por sua vez vão explorar esses equipamentos, pagando uma renda à Câmara Municipal de Portimão;

Na venda de terrenos e outros prédios, os quais serão adquiridos pelas empresas participadas da Autarquia

Numa primeira fase as empresas participadas, para fazer face aos custos destas aquisições, quer em posse plena, quer em direito de superfície, terão de se endividar junto da banca. Posteriormente estes equipamentos, terrenos e prédios deverão vir a constituir os tão falados Fundos Imobiliários.

É este o grande “mecanismo de engenharia financeira” que permitirá (?) equilibrar as contas da Câmara Municipal de Portimão. Apesar de não ter uma discordância de fundo com este mecanismo financeiro, não posso deixar de considerar que ele apresenta alguns riscos, e que me parece algo exagerado suportar 54% da receita neste mecanismo. É também necessário não esquecer que de qualquer modo esta situação representa uma situação de endividamento indirecto por parte da autarquia, que não se endivida directamente, mas que se endivida indirectamente através das suas empresas participadas, sobre as quais terá a responsabilidade legal de garantir o seu equilíbrio financeiro.

Relativamente à despesa prevista para 2009 verificam-se algumas situações sintomáticas de uma estratégia financeira suportada no endividamento, nomeadamente:

O crescimento no valor de 155% de despesas com juros e outros encargos, que passa em valores absolutos de 827.000 € em 2008, para 2.115.000 € em 2009 (valores relativos a juros com empréstimos e operações de factoring)

· O Aumento em 352% das transferências de capital que passam de 2.500.000 € em 2008, para 11.300.000 € em 2009 (Para fazer face aos resultados negativos das empresas participadas)

Pelo lado da despesa à ainda a referir a reduzida percentagem do orçamento na rubrica acção social que é apenas contemplada com 2,2% (2.405.000€), enquanto a cultura absorve 13.8% (15.000.000 €), as transferências entre administrações 14.4% (15.675.000 €), e outras não especificadas 13,8% (15.000.000 €)


De referir ainda que deverão transitar para o ano de 2009 cerca de 26.000.000 € de dívida de curto prazo.

Ficam ainda algumas considerações expressas no relatório semestral do auditor externo expressas no seu parecer semestral sobre a situação económica e financeira:

- …” A execução orçamental da receita do Município indica o desvio negativo significativo nos proveitos originários das receitas correntes em 16% (principalmente de impostos directos, venda de bens e serviços e de rendimento de propriedade) e de 69% de receitas de capital (alienação de bens de investimento e transferências de comparticipações em investimento), uma vez que em 30 de Junho de 2008, apenas tinham sido cumpridos cerca de 7,2 milhões de euros dos 23,1 milhões de euros previstos para a totalidade do exercício de 2008.


- …”existem compromissos financeiros com várias entidades que não estão reflectidos no balanço (cujo serviço ainda não foi prestado ou a aquisição efectuada), em que o total contratualizado atinge os 112,2 milhões de euros (sem contar com eventuais correcções de preços), dos quais 14,6 milhões de euros serão liquidáveis em 2009.”

Sublinhados meus.


Pedro Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Declaração para a acta: requerimento referente às verbas transferidas para o Portimonense

No passado dia 1 de Outubro solicitei ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Portimão, através de requerimento, informação sobre as verbas transferidas pela Câmara Municipal de Portimão e suas empresas participadas para o Portimonense Sporting Clube durante o ano de 2008.
A informação que me foi transmitida até à presente data apenas se refere aos montantes transferidos pela Câmara Municipal de Portimão.
No que se refere a eventuais verbas transferidas por quaisquer das suas empresas participadas, e apesar de já em duas reuniões de Câmara ter reforçado junto do Sr. Presidente a falta desta informação, motivo que me levou na última reunião de Câmara a não participar de uma votação relativa a um contrato-programa com o Portimonense Sporting Clube, esta informação continua a ser sonegada.
Esta é uma situação inadmissível que só pode ter uma de duas leituras: ou o executivo socialista da Câmara Municipal de Portimão é irresponsável e desconhece os compromissos assumidos por estas empresas, ou o executivo socialista da Câmara Municipal de Portimão pretende ocultar de forma propositada informação a um membro do executivo.

O Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Pedro Martins
03/12/08

quarta-feira, novembro 26, 2008

Vereador do PSD propõe inquérito externo ao licenciamento do Hotel da Rocha

PROPOSTA


Considerando as várias notícias vindas a público sobre o processo de licenciamento relativo ao Hotel da Rocha;

Considerando que essas notícias põem em causa o bom nome da Câmara Municipal de Portimão e de técnicos da autarquia;

Venho por este meio propor a realização de um inquérito, a este procedimento, por uma entidade externa;

Considerando que a Inspecção Geral da Administração Local se encontra neste momento em funções inspectivas na Câmara Municipal de Portimão, proponho que seja solicitado a essa mesma entidade a realização do referido inquérito.


Pedro Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Esta proposta foi aprovada por unanimidade dos membros da Câmara Municipal de Portimão.

domingo, novembro 16, 2008

A Dora

A Dora era a minha cadela, era uma companheira que partilhava com toda a família os bons e os maus momentos, esteve connosco 1 ano e meio, no dia 8 de Novembro resolveu correr atrás de um carro e desapareceu, desde esse dia que toda a família se desdobrou em contactos, em distribuição de fotos, visitas a canis, contactos com veterinários,etc., mas todos estes esforços foram em vão, descobrimos ontem que foi atropelada mortalmente na EN 120 no dia 11 de Novembro. Não consigo descrever o tamanho da minha tristeza. Deixo o meu agradecimento a todos os que procuraram de algum modo ajudar nesta busca que infelizmente terminou da pior maneira.

quarta-feira, novembro 12, 2008

A Dora Perdeu-se


A Dora tem ano e meio, e é uma cadela muito dócil e brincalhona. Quando desapareceu, tinha uma coleira verde. Pesa cerca de 20 quilos e tem pêlo amarelo. Se souber de alguma informação sobre o seu paradeiro, por favor, contacte-me através do nº 963091942.
Desapareceu em Espinhaço de Cão - Bensafrim, na EN120 (Aljezur/Lagos) no dia 8 de Novembro

quinta-feira, outubro 09, 2008

REFLEXÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE EM PORTIMÃO


Ao longo dos anos, nomeadamente por motivos profissionais, tenho procurado abster-me de tomar posições públicas sobre o processo relativo ao desenvolvimento da Universidade do Algarve em Portimão. No entanto face aos actuais desenvolvimentos sobre este assunto, julgo ter chegado o momento de o fazer.

Antes de mais julgo ser da mais elementar justiça dizer que o desenvolvimento da Universidade do Algarve em Portimão é uma aspiração transversal na sociedade portimonense; é uma bandeira na defesa da qual todas as forças políticas têm sido unânimes, apesar de, como é óbvio, com diferentes modos de actuação. Mas o que é de salientar é que Portimão e os portimonenses merecem, pelo seu esforço e pelo seu empenho, que a Universidade do Algarve continue e se desenvolva de forma pró – activa no nosso Concelho.

É verdade que a evolução e as dificuldades várias pelas quais o Ensino Superior no nosso País tem vindo a passar levaram a que o modelo inicialmente previsto para o Campus de Portimão caísse; mas Portimão projecta uma influência geográfica que se estende não só por todo o barlavento algarvio, mas também pelo litoral alentejano, para além de que tem uma dinâmica demográfica que apresenta uma evolução positiva. Estes são elementos que nunca poderiam ser esquecidos enquanto factor de atractividade de Portimão enquanto Pólo Universitário.

Defendo á muito que o modelo da Universidade do Algarve em Portimão deve evoluir para a diversificação, não ficando apenas agarrado à formação inicial, desenvolvendo a área das pós-graduações e cursos de especialização, bem como constituir estruturas de apoio ás diversas áreas de investigação. Julgo ainda que actualmente, com a aprovação do curso de Medicina, cujo modelo aponta para o aproveitamento das várias unidades hospitalares do Algarve, também a criação de estruturas de apoio a esta área deverá ser equacionado no âmbito do desenvolvimento da Universidade do Algarve em Portimão.

A área do turismo deve sem duvida constituir a âncora de todo este projecto, mas em minha opinião não deverá o projecto ficar agarrado a uma “monocultura” dessa área, devendo as potencialidades que Portimão apresenta relativamente a outras áreas cientificas serem aproveitadas enquanto factor de projecção do próprio Município mas também da Universidade do Algarve

Anunciam-se dois projectos que considero extremamente positivos, nomeadamente: a criação do Hospitality Management Institute, uma associação entre o Turismo de Portugal, o ISCTE, a Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Universidade do Algarve, e que prevê a instalação de dois Centros de Informação e Formação Avançada em Turismo, sendo que um destes centros deverá ficar instalado em Portimão; e a utilização do famigerado terreno do Campus Universitário de Portimão, onde tudo se encaminha para a instalação de uma Escola EB 2/3, de uma Escola Profissional e da própria Universidade do Algarve. Este modelo que junta estes três níveis de ensino, poderá caso venha a concretizar-se, constituir uma oportunidade de carácter inovador que espero seja uma realidade a breve prazo.

Pedro Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão
In Barlavento 09/10/08

quarta-feira, outubro 01, 2008

Vereador do PSD solicita informação sobre os patrocínios e outras verbas transferidas pela CMP e suas Empresas participadas para o Portimonense.

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Portimão


Pedro Miguel Marreiros Bernardo Martins, na qualidade de Vereador da Câmara Municipal de Portimão vem requerer a V.Exa a seguinte informação / documentação:


1- Minutas dos contratos de patrocínio celebrados entre a Câmara Municipal de Portimão, ou / e por qualquer das suas empresas participadas, com o Portimonense Sporting Clube, durante o ano de 2008.

2- Relação das verbas transferidas, durante o ano de 2008, pela Câmara Municipal de Portimão, ou / e por qualquer das suas empresas participadas para o Portimonense Sporting Clube, bem como indicação do seu suporte legal (Protocolo / Contrato-Programa / Prestação de Serviços / Etc.).




Portimão, 1 de Outubro de 2008


Pedro Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Vereador do PSD solicita esclarecimentos sobre as dívidas e situação orçamental da autarquia


Requerimento

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Portimão

Considerando que as dívidas de curto prazo da autarquia ascendem a um montante superior a 26.000.000 € (vinte seis milhões de euros),

Considerando as informações transmitidas sobre a situação financeira da Câmara Municipal de Portimão na sessão da Assembleia Municipal do passado dia 26 de Setembro, que apontam para que parte substancial dos direitos sobre as dívidas a fornecedores estejam a ser cedidos, por estes, sobre a forma de contratos de factoring, a terceiros

Venho por este meio requerer a seguinte informação:

1- Qual o montante exacto das dívidas da Câmara Municipal de Portimão a fornecedores, cuja cobrança foi transferida para terceiros sobre a forma de contratos de factoring?

2- Quais os fornecedores/credores da Câmara Municipal de Portimão que transferiram os seus créditos para terceiros sobre a forma de contratos de factoring?

3- Qual o montante total de encargos com juros relativos a contratos de factoring que a Câmara Municipal de Portimão suportou durante o ano de 2008 e até à presente data?

4- Qual é o prazo de pagamento médio que actualmente a Câmara Municipal de Portimão leva a pagar uma factura?

5- Quais são as expectativas, em termos percentuais, relativas à execução orçamental, nomeadamente no que se refere à cobrança da receita prevista no orçamento aprovado para 2008?

Portimão, 1 de Outubro de 2008
Pedro Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

quarta-feira, setembro 17, 2008

Declaração para a acta relativa à situação financeira da autarquia em 31/08/08.

È com preocupação que verifico que as dívidas de curto prazo do Município ascendiam em 31 de Agosto a mais de 26 milhões de euros, correspondendo este valor a mais de 25% do total do Orçamento da Câmara Municipal de Portimão para 2008, e a um aumento no espaço de 3 meses de 10 milhões de euros.

Esta é uma situação penalizadora de muitas empresas e prestadores de serviços que vêem deste modo agravada a sua já difícil situação. Houve tempos em que a Câmara Municipal de Portimão era referência quanto aos prazos de pagamentos a fornecedores; hoje verifica-se exactamente o contrário, constituindo uma referência mas pela negativa. Espero que esta situação venha a ser atenuada a breve prazo.


O Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão


Pedro Martins

17/09/08

quarta-feira, julho 23, 2008

quinta-feira, junho 26, 2008

Câmara Municipal de Portimão aprova propostas apresentadas pelo vereador do PSD relativas à transparência das empresas do Sector Empresarial Local


Na reunião da Câmara Municipal de Portimão realizada hoje, dia 25 de Junho de 2008, foram votadas várias deliberações relativas à reestruturação do sector empresarial local do município de Portimão.

São conhecidas as minhas posições tomadas ao longo do tempo em que tenho vindo a exercer as funções de vereador na Câmara Municipal de Portimão relativamente às opções empresariais da Câmara Municipal de Portimão.

Em consequência com as posições que tenho vindo a assumir no que diz respeito a este assunto, transmiti ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Portimão, em reunião realizada no dia 17 de Junho de 2008, que nada tendo, por princípio, contra a criação de empresas municipais e mesmo de sociedades anónimas de iniciativa municipal; faria depender a minha intenção de voto da aceitação de um conjunto de princípios de aplicação prática que, em meu entender, seriam indispensáveis para tornar mais transparente a actividade de todas as empresas do sector empresarial local do município de Portimão, nomeadamente:

1 - Que a informação sobre os encargos financeiros, de curto, médio e longo prazo, assumidos pela Câmara Municipal de Portimão, directa ou indirectamente, com as empresas referidas, nomeadamente através de eventuais contratos-programa ou outros mecanismos, esteja disponível no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão

2 - Que os relatórios de actividade, os relatórios de gestão e demonstrações financeiras anuais das empresas referidas sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

3 - Que a composição dos órgãos sociais de cada empresa, assim como os elementos curriculares de cada um dos seus membros, sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

4 - Que as remunerações totais, variáveis e fixas auferidas, seja qual for a sua natureza, em cada ano, por cada membro dos órgãos sociais, e com a sua prévia autorização, sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão (a informação deverá incluir utilização de veículo automóvel, cartão de crédito e outros benefícios).

5 – Que qualquer contratação de bens e serviços ou qualquer empreitada cumpra escrupulosamente procedimentos de adjudicação orientados por princípios de legalidade e prossecução do interesse público, assegurando a igualdade de oportunidades para todos os interessados, devendo obedecer sempre ao princípio da publicidade em todos os actos. Para tal, as empresas referidas devem publicar, em pelo menos um jornal de âmbito nacional e um de âmbito regional, um aviso de abertura de concurso para qualquer aquisição de valor superior a 250.000 €. Deverão ainda ser divulgadas publicamente todas as adjudicações através de um relatório mensal, o qual deverá estar disponível nos sítios electrónicos de cada uma das empresas, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

6 – Que o recrutamento de qualquer trabalhador tenha por base critérios de contratação que obedeçam ao princípio da igualdade de oportunidades, da transparência e interesse público e da publicidade. Para isso, qualquer intenção de contratação de pessoal deve ser devidamente publicada em pelo menos dois jornais de âmbito nacional e um de âmbito regional, indicando os critérios de selecção. Deverão ainda ser divulgadas publicamente todas as contratações de pessoal através de um relatório mensal, o qual deverá estar disponível nos sítios electrónicos de cada uma das empresas, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

7 – Que seja criado um cargo de provedor municipal que tenha como uma das suas funções apreciar, com independência, qualquer reclamação, sugestão ou comentário sobre a actividade de qualquer das empresas referidas.

O Provedor deverá ser uma figura pública de comprovada integridade e sólida experiência profissional, designado por consenso dos membros eleitos da Câmara Municipal de Portimão.

Fiz ainda depender a minha intenção de voto de que fosse encontrado um entendimento quanto à alteração de vários artigos da proposta de estatutos inicialmente apresentada, no sentido de reforçar as condições de fiscalização política destas mesmas empresas;

Considerando a aceitação de todas as propostas que considerei essenciais para garantir uma efectiva fiscalização e o escrutínio público da actividade destas empresas,

Considerando que em meu entender o modelo proposto, relativamente ao modelo existente actualmente, vem melhorar significativamente o papel dos órgãos municipais na gestão efectiva de todas estas empresas;

Considerando ainda que esta reestruturação só poderá efectuar-se depois de validada pelo Tribunal de Contas, o que permitirá afastar algumas dúvidas que possam ainda subsistir;

E porque acredito que o exercício de uma oposição responsável deve consubstanciar-se também em propostas que contribuam de uma forma pró-activa para a melhoria das condições de fiscalização política e do escrutínio público das actividades e opções da autarquia, decidi votar favoravelmente as propostas relativas à reestruturação do sector empresarial local.

Pedro Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

quarta-feira, junho 25, 2008

Declaração de voto relativa à reestruturação do sector empresarial local do município de Portimão – Deliberação 591/08



Considerando que previamente à votação destas deliberações relativas à reestruturação do sector empresarial local do município de Portimão,foram aprovados um conjunto de princípios de aplicação prática, de acordo com uma proposta por mim apresentada, que vêm em meu entender tornar mais transparente a actividade de todas as empresas do sector empresarial local do município de Portimão;

Considerando que foi possível encontrar um entendimento quanto à alteração de vários artigos da proposta de estatutos inicialmente apresentada, no sentido de reforçar as condições de fiscalização política destas mesmas empresas;

Considerando que o modelo proposto, relativamente ao modelo existente actualmente, vem melhorar significativamente o papel dos órgãos municipais na gestão efectiva de todas estas empresas;

Considerando ainda que esta reestruturação só poderá efectuar-se depois de validada pelo Tribunal de Contas, o que permitirá afastar algumas dúvidas que possam ainda subsistir;

E porque acredito que o exercício de uma oposição responsável deve consubstanciar-se também em propostas que contribuam de uma forma pró-activa para a melhoria das condições de fiscalização política e do escrutínio público das actividades e opções da autarquia, VOTO A FAVOR.

Pedro Miguel M. B. Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Proposta Relativa à Transparência do Sector Empresarial Local

A seguinte proposta votada na reunião da Câmara Municipal de Portimão de 25/06/08 foi aprovada com uma abstenção do Vereador do PCP.
PROPOSTA

Considerando a proposta de reestruturação do sector empresarial local apresentada pelo executivo permanente;

Considerando que todas as empresas que compõem o sector empresarial local são suportadas por dinheiros provenientes dos cofres da autarquia;

Considerando que este momento constitui uma oportunidade para tornar mais transparente a actividade destas empresas;

Venho por este meio propor que sejam definidos os seguintes princípios relativamente a todas as empresas participadas pela Câmara Municipal de Portimão directa ou indirectamente, que integrem ou venham a integrar o sector empresarial local:


1 - Que a informação sobre os encargos financeiros, de curto, médio e longo prazo, assumidos pela Câmara Municipal de Portimão, directa ou indirectamente, com as empresas referidas, nomeadamente através de eventuais contratos-programa ou outros mecanismos, esteja disponível no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão

2 - Que os relatórios de actividade, os relatórios de gestão e demonstrações financeiras anuais das empresas referidas sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

3 - Que a composição dos órgãos sociais de cada empresa, assim como os elementos curriculares de cada um dos seus membros, sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

4 - Que as remunerações totais, variáveis e fixas auferidas, seja qual for a sua natureza, em cada ano, por cada membro dos órgãos sociais, e com a sua prévia autorização, sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão (a informação deverá incluir utilização de veículo automóvel, cartão de crédito e outros benefícios).

5 – Que qualquer contratação de bens e serviços ou qualquer empreitada cumpra escrupulosamente procedimentos de adjudicação orientados por princípios de legalidade e prossecução do interesse público, assegurando a igualdade de oportunidades para todos os interessados, devendo obedecer sempre ao princípio da publicidade em todos os actos. Para tal, as empresas referidas devem publicar, em pelo menos um jornal de âmbito nacional e um de âmbito regional, um aviso de abertura de concurso para qualquer aquisição de valor superior a 250.000 €. Deverão ainda ser divulgadas publicamente todas as adjudicações através de um relatório mensal, o qual deverá estar disponível nos sítios electrónicos de cada uma das empresas, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

6 – Que o recrutamento de qualquer trabalhador tenha por base critérios de contratação que obedeçam ao princípio da igualdade de oportunidades, da transparência e interesse público e da publicidade. Para isso, qualquer intenção de contratação de pessoal deve ser devidamente publicada em pelo menos dois jornais de âmbito nacional e um de âmbito regional, indicando os critérios de selecção. Deverão ainda ser divulgadas publicamente todas as contratações de pessoal através de um relatório mensal, o qual deverá estar disponível nos sítios electrónicos de cada uma das empresas, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

7 – Que seja criado um cargo de provedor municipal que tenha como uma das suas funções apreciar, com independência, qualquer reclamação, sugestão ou comentário sobre a actividade de qualquer das empresas referidas.

O Provedor deverá ser uma figura pública de comprovada integridade e sólida experiência profissional, designado por consenso dos membros eleitos da Câmara Municipal de Portimão.


O Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Pedro Martins

quinta-feira, junho 19, 2008

Sociedade de Reabilitação Urbana - Uma nova empresa da Câmara Municipal de Portimão


No passado dia 23 de Maio, foi publicado em Diário da República o Decreto nº 10/2008, correspondente à área crítica de recuperação e reconversão urbanística da zona antiga da cidade de Portimão.

Citando o decreto:

“ A estrutura habitacional que actualmente a caracteriza apresenta -se bastante deficiente no que diz respeito, em particular, às condições de solidez, segurança e salubridade das edificações, as quais se encontram ocupadas, em grande parte, por população envelhecida e sem condições económicas para inverter a situação pelos seus próprios meios. Verifica -se, ainda, existir um elevado número de edifícios devolutos, situação por si só potenciadora do desaparecimento progressivo da identidade arquitectónica caracterizadora da urbis de Portimão.”

Quanto ao espaço público, sobressai a inexistência de uma relação volumétrica entre espaço construído e espaço livre, com total ausência de espaços verdes, a que acresce ainda um estacionamento desorganizado e desajustado do perfil dos arruamentos”

A publicação deste decreto apresenta-se de grande importância para Portimão, pois vem possibilitar uma verdadeira intervenção urbanística numa área nobre da cidade correspondente a 17 ha, permitindo corrigir opções urbanísticas do passado que se revelaram inadequadas.

Este é o primeiro passo para a criação de uma Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), que deverá consubstanciar-se como mais uma empresa do sector empresarial local, com alguns poderes de autoridade e de política administrativa

Se é verdade que tenho sido crítico relativamente às opções empresariais da Câmara Municipal de Portimão, é também verdade que considero que, por vezes, a opção empresarial se justifica, como é o caso da SRU.

A reabilitação de centros urbanos degradados é uma tarefa dispendiosa e muitas vezes pouco atractiva para os promotores e por essa razão cabe, neste caso, à Câmara Municipal de Portimão, através dos instrumentos especiais colocados à sua disposição, ser a principal promotora desta reabilitação, devendo procurar atrair investidores e mobilizar os intervenientes, nomeadamente proprietários, inquilinos e senhorios.

A Sociedade de Reabilitação Urbana poderá assim constituir-se como um instrumento privilegiado que deverá promover condições económicas, financeiras e regulamentares que permitam tornar os processos de reabilitação atractivos para os investidores privados, motivando a adesão de todos os intervenientes do processo.

Considero que esta é uma oportunidade que não deverá ser perdida e por isso espero sinceramente que a criação desta SRU seja pautada por um processo assente em princípios de transparência, de credibilidade e competência que coloquem os interesses de Portimão acima de quaisquer outro tipo de interesses, sejam eles partidários ou pessoais.


Pedro Miguel M. B. Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão.
Nota: Este artigo foi escrito a 06 de Junho de 2008 sendo que a intenção inicial era que fosse publicado como artigo de opinião num Jornal Regional, por motivos de espaço e oportunidade tal não foi possível.

quarta-feira, junho 18, 2008

Vereador do PSD questiona o Presidente da Câmara Municipal de Portimão relativamente às dividas de curto prazo da autarquia

Vereador do PSD questiona o Presidente da Câmara Municipal de Portimão relativamente às dividas de curto prazo da autarquia que ascendem a mais de 16.000.000 € (dezasseis milhões de euros).
Requerimento

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Portimão


Considerando informações confirmadas na última reunião da Câmara Municipal de Portimão de que os atrasos no pagamento a fornecedores por parte da autarquia ascendem aos 5 meses,

Considerando que as dívidas de curto prazo da autarquia ascendem já um montante superior a 16.000.000 € (dezasseis milhões de euros)

Considerando que a Câmara Municipal de Portimão deve ser pessoa de bem, e por esse motivo deverá pagar as suas dívidas num prazo razoável,

Considerando que os atrasos nos pagamentos prejudicam as empresas que se encontram já em situação difícil face ao clima económico existente,

Venho por este meio requerer a seguinte informação:

1- Qual o montante exacto das dívidas da Câmara Municipal de Portimão a fornecedores, com atrasos de pagamento superior a 60 dias?

2- Têm a Câmara Municipal de Portimão dívidas pendentes referentes a orçamentos de anos anteriores?

3- Caso existam, quais os respectivos montantes, por cada ano?

4- É ou não verdade que face à actual situação financeira do Município de Portimão existem contratos programa celebrados com diversas entidades que por falta de verba não estão a ser cumpridos, implicando mesmo o cancelamento de iniciativas que se encontravam previstas?

Portimão, 18 de Junho de 2008

Pedro Martins
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

quarta-feira, maio 28, 2008

Executivo Socialista e vereador independente contra a transparência das contas das Sociedades Anónimas

A seguinte proposta votada na reunião da Câmara Municipal de Portimão de 28/05/08 colheu dois votos favoráveis o meu e o do Vereador do PCP, tendo o Executivo Socialista acompanhado pelo Vereador Independente votado contra.


PROPOSTA

Considerando o número de empresas Sociedade Anónima de iniciativa da Câmara Municipal de Portimão, nomeadamente: RioAdentro, S.A; Expoarade Estrutura, S.A; MMP, SA; Eventos do Arade S.A;

Considerando que os encargos assumidos com essas empresas envolvem montantes elevados que oneram as contas municipais por prazos que chegam aos 25 anos;

Considerando que o próprio parecer do Revisor oficial de contas expresso na certificação legal das contas de 2007 da Câmara Municipal de Portimão diz “ … que existem compromissos financeiros de longo prazo com várias entidades (entre elas empresas detidas pelo Município) e que não estão reflectidas no balanço… A lista com os principais compromissos, por fornecedor, deveria ser objecto de divulgação .”

Venho por este meio propor a bem da transparência que deve nortear a utilização de dinheiros públicos:


Que a informação sobre os encargos financeiros, de curto, médio e longo prazo, assumidos pela Câmara Municipal de Portimão, directa ou indirectamente, com as empresas nas quais detém participações sociais, nomeadamente através de eventuais contratos-programa ou outros mecanismos, esteja disponível no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão

Que os relatórios de actividade, os relatórios de gestão e demonstrações financeiras anuais das empresas Sociedade Anónima de iniciativa municipal, nomeadamente: RioAdentro, S.A; Expoarade Estrutura, S.A; MMP, SA; Eventos do Arade S.A; sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

Que a composição dos órgãos sociais de cada empresa, assim como os elementos curriculares de cada um dos seus membros, sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão.

Que as remunerações totais, variáveis e fixas auferidas, seja qual for a sua natureza, em cada ano, por cada membro dos órgãos sociais, e com a sua prévia autorização, sejam publicitados através dos sítios electrónicos de cada uma das empresas em causa, bem como no sítio electrónico da Câmara Municipal de Portimão. (A informação deverá incluir utilização de veículo automóvel, cartão de crédito e outros benefícios).

O Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Pedro Martins

terça-feira, maio 20, 2008

Portimão: Vereador designado Mandatário de Pedro Passos Coelho



Declaração relativa às eleições directas do Partido Social Democrata

Não conheço pessoalmente Pedro Passos Coelho, não sou amigo de Pedro Passos Coelho e não pertenço à mesma geração de Pedro Passos Coelho. Digo isto para explicar que o meu apoio à candidatura de Pedro Passos Coelho não deriva de qualquer tipo de sentimentalismo ou de relações de amizade; o meu apoio é um apoio logicamente baseado nalguma empatia, mas principalmente em critérios objectivos e numa forte identificação com as suas ideias e princípios.
Expressei o meu apoio a Pedro Passos Coelho desde a primeira hora; fi-lo por considerar que é necessário repensar globalmente o nosso modelo social, trazer para a cena política novos paradigmas, não abandonando, como é lógico, princípios subjacentes à matriz ideológica de cada um dos actores políticos, mas quebrando de uma vez por todas as amarras que parece que nos colocaram, e que impedem que se procure novas soluções. A evolução da nossa sociedade não foi acompanhada pela evolução do pensamento político; julgo por isso ser tempo de dar espaço àqueles que não estão presos a passados dogmáticos, àqueles que realmente podem trazer algo de novo ao pensamento e à forma como se pretende o desenvolvimento da nossa vida colectiva.
Julgo que é hoje indispensável ao Partido Social Democrata encontrar novas causas, sem medo dos rótulos de esquerda e de direita; é tempo de ir ao encontro do dia-a-dia das pessoas, das suas realidades dos seus anseios, é tempo de pensar o futuro e o “Futuro é agora”
Por todas estas razões foi com grato prazer que recebi e aceitei o convite para ser Mandatário Concelhio, em Portimão, da candidatura de Pedro Passos Coelho à liderança do Partido Social Democrata.

Pedro Miguel M B Martins
Militante do PSD nº 78285
Ex-Dirigente do PSD Portimão
Vereador na Câmara Municipal de Portimão

segunda-feira, maio 19, 2008

Constâncio preocupado com o risco de uso excessivo de PPP

Afinal não sou só eu que começo a ficar preocupado com as despesas assumidas com as parcerias publico-privadas, vejam as palavras do Governador do Banco de Portugal:

"não deve haver uso excessivo de projectos em "project finance" no âmbito das PPP, nem a utilização de créditos comerciais por parte dos executantes do investimento (...) isso apenas adiaria a despesa para o futuro"

(...) Constâncio foi mesmo mais longe, defendendo a imposição de um limite à utilização de PPP. Isto porque "é importante que não se torne a despesa pública demasiado rígida no futuro"

in Jornal de negócios, 19 de Maio de 2008

Aqui vai a notícia completa:
Constâncio preocupado com recurso a PPP para esconder efeitos orçamentais

O Governador mostrou-se também preocupado com a possibilidade do Governo procurar aumentar o investimento usando mecanismos que transfiram a despesa pública para o futuro, nomeadamente através do recurso a Parcerias Público Privadas (PPP) ou da utilização de créditos comerciais.

O Governador mostrou-se também preocupado com a possibilidade do Governo procurar aumentar o investimento usando mecanismos que transfiram a despesa pública para o futuro, nomeadamente através do recurso a Parcerias Público Privadas (PPP) ou da utilização de créditos comerciais.
Se "é bom que não exista a tentação de fomentar despesas publicas" é igualmente "bom que não haja a tentação de transferir para o futuro despesa" através de mecanismos que escondam o efeito das decisões nas contas publicas actuais, avisou o Governador.
"Não deve haver uso excessivo de projectos em "project finance" no âmbito de PPP nem a utilização de créditos comercias por parte dos executantes do investimento", disse, apontando que "isso apenas adiaria para o futuro a despesa". O Governador foi mesmo mais longe ao defende que se deve limitar o uso das PPP impondo-lhes um limite em termos de valor: "é importante que não se torne a despesa publica demasiado rígida no futuro"
Constâncio mostrou-se particularmente preocupado com a tentação de aumentar o investimento publico, avisando também que uma estratégia deste tipo não terá um impacto significativo sobre a economia. "O investimento publico pesa apenas 3,5% no PIB", lembrou o Governador, defendendo assim que um aumento do investimento "teria um impacto reduzido".
O mesmo se aplica a uma eventual descida de impostos. Citando estudos académicos defendeu que "não há evidência que taxas de imposto mais altas diminuam o crescimento, e bom que não haja demasiados entusiasmo com certas ideias de flexibilização de politica orçamental".

quarta-feira, maio 14, 2008

Ainda as Sociedades Anónimas da Câmara Municipal de Portimão

Declaração para a acta relativa à resposta ao requerimento apresentado na reunião de 19 de Março de 2008, referente às Sociedades Anónimas de iniciativa municipal.



Em 19 de Março solicitei ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Portimão, através de requerimento, informação sobre a composição dos órgãos sociais, remunerações, e encargos da Câmara Municipal de Portimão relativamente às Sociedades Anónimas de iniciativa municipal, nomeadamente RioAdentro, S.A; Expoarade Estrutura, S.A; MMP, SA; Eventos do Arade S.A .

A informação que me foi transmitida relativamente às remunerações dos órgãos sociais das S.A., deliberadamente ou por desconhecimento, foi apresentada de forma que dificulta a separação das remunerações de cada um dos membros dos respectivos conselhos de administração, uma vez que me foram comunicados valores em bruto sem qualquer separação, apresentados como “Despesas anuais com vencimentos dos Órgãos Sociais”.

No que se refere aos Encargos Directos e Indirectos Assumidos pelo Município de Portimão relativamente às empresas Sociedades Anónimas de iniciativa municipal, a informação é também ela completamente insuficiente, fazendo apenas referência à MMP, SA e restringindo-se ao ano de 2008, sendo mesmo quase intelectualmente insultuosa, uma vez que não reflecte os compromissos assumidos através de contrato-programa subjacentes à própria criação das várias S.A.

Quer tenha sido por desconhecimento, quer tenha sido deliberadamente, considero esta uma situação inadmissível; das duas, uma: ou o executivo permanente é irresponsável e não sabe os compromissos que assumiu com a criação destas empresas, ou o executivo permanente quer ocultar de forma propositada informação a um membro do executivo.


O Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Pedro Martins

14/05/08

segunda-feira, maio 05, 2008

Quanto custa uma S.A.?



A 19 de Março de 2008 foi solicitado ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Portimão, através de requerimento, informação sobre a composição dos órgãos sociais, remunerações e encargos da Câmara Municipal de Portimão relativamente às Sociedades Anónimas de iniciativa municipal, nomeadamente RioAdentro, S.A; Expoarade Estrutura, S.A; MMP, SA; Eventos do Arade S.A .

Por considerar que a informação que foi transmitida como resposta ao requerimento que apresentei deve ser do domínio público, apresento de seguida a composição dos Órgãos Sociais das Empresas Sociedade Anónima de iniciativa municipal, bem como as despesas anuais com vencimentos dos órgãos sociais:

Expo Arade – Estrutura, S.A.

Presidente do Conselho de Administração: Luís Miguel Piscarreta Ricardo
Administrador Delegado: Jaime Carlos Duarte Dias Cordeiro
Vogal do Conselho de Administração: Jorge Manuel Bonifácio Pedroso de Almeida
Vogal do Conselho de Administração: Carlos José da Silva Manique
Vogal do Conselho de Administração: Fernando Jorge de Carvalho Amaral

Despesas anuais com vencimentos dos órgãos sociais: 45.357,28 €
(inclui despesas de representação e subsídio de refeição)

Eventos do Arade, S.A.

Presidente do Conselho de Administração: Luís Miguel Piscarreta Ricardo
Administrador Delegado: Marcos Manuel de Carvalho Pereira
Vogal do Conselho de Administração: Cândido Gonçalves Rodam

Despesas anuais com vencimentos dos órgãos sociais: 45.357,28 €
(incluí despesas de representação e subsídio de refeição)


Rio Adentro, S.A.

Presidente do Conselho de Administração: Luís Miguel de Carvalho Carito
Administrador Delegado: João Carlos Pinhota Martins Santana
Vogal do Conselho de Administração: António José Veloso dos Santos
Vogal do Conselho de Administração: Manuel Agostinho da Costa Ferreira Dias
Vogal do Conselho de Administração: Manuel Nuno Miguel Soares de Almeida


Despesas anuais com vencimentos dos órgãos sociais: Por deliberar


MMP, Mercado Municipal, S.A.

Presidente do Conselho de Administração: Manuel António da Luz
Administrador Delegado: Renato Dias Mendes
Vogal do Conselho de Administração: Luís Manuel de Carvalho Carito

Despesas anuais com vencimentos dos órgãos sociais: 45.357,28 €
(incluí despesas de representação e subsídio de refeição)


Apesar da informação que foi prestada ser insuficiente, permite retirar algumas conclusões. Tomemos por exemplo a Expo Arade, Estrutura S.A, empresa cujo objectivo é exclusivamente financiar um empréstimo que suporta a construção do Pavilhão Arena; esta apresenta para o ano de 2008 uma previsão de despesas anuais com vencimentos dos órgãos sociais no valor de 45.357,28 €. Considerando que a Câmara Municipal de Portimão assumiu os encargos financeiros desta S.A por 20 anos, isto significa que só em remunerações dos órgãos sociais esta empresa custará aos cofres municipais cerca de um milhão de euros, ou seja, a Câmara Municipal de Portimão pagará através de contrato-programa os encargos relativos ao empréstimo, ao juro e em cima paga um milhão de euros de remunerações a um conselho de administração cuja única actividade será assinar uns documentos de vez em quando, uma vez que a própria empresa em si não tem actividade conhecida.

Relativamente aos encargos assumidos através de contrato-programa, apesar de não me ter sido dada resposta de forma minimamente aceitável, é possível apurar através de outros documentos, nomeadamente do parecer do revisor oficial de contas os seguintes valores: ExpoArade, Estrutura S.A: 28.000.000,00 €; MMP, SA 52.000.000,00 €. Faltará ainda acrescentar os 90.000.000,00 € que estão previstos relativos à empresa Rio Adentro SA.. Não me foi possível apurar o montante envolvido na Eventos do Arade S.A.

O Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão.

Pedro Miguel M B Martins

Região do Grande Lago



Este fim de semana peguei na família e com alguns amigos fui visitar a "Região do Grande Lago", i.e Barragem do Alqueva, valeu a pena. ficam algumas fotos.





Vista sobre a barragem Junto a Monsaraz




Vista da barragem junto ao dique de retenção




Dique de retenção e central



terça-feira, abril 29, 2008

Novos paradigmas


Fala-se muito do alheamento dos cidadãos em relação à política, principalmente os jovens e existe de facto um divórcio entre os actores políticos e os destinatários da política.

A verdade é que o discurso político tem vivido agarrado a velhos paradigmas e que os habituais actores políticos não têm conseguido encontrar formas de reformar de um modo consistente a nossa sociedade.

Acredito que é necessário repensar globalmente o nosso modelo social, trazer para a cena política novos paradigmas, não abandonando como é lógico princípios subjacentes à matriz ideológica de cada um dos actores políticos, mas quebrando de uma vez por todas estas amarras que parece que nos colocaram, e que impedem que se procure novas soluções. A evolução da nossa sociedade não foi acompanhada pela evolução do pensamento político; julgo por isso ser tempo de dar espaço àqueles que não estão presos a passados dogmáticos, àqueles que realmente podem trazer algo de novo ao pensamento e à forma como se pretende o desenvolvimento da nossa vida colectiva.

Por tudo isto apoio a candidatura de Pedro Paços Coelho à liderança do Partido Social Democrata.

sexta-feira, abril 25, 2008

Ignorância

Ignorar a própria ignorância é a doença do ignorante

Alcott, Amos

quinta-feira, abril 24, 2008

Liberdade

Só é digno da liberdade, como da vida,
aquele que se empenha em conquistá-la

Goethe , Johann

quarta-feira, abril 23, 2008



Um fim de tarde em Vale de Centeanes, Carvoeiro.

Citação

Pensar só em si e no presente é uma fonte de erro em política

La Bruyère, Jean de; in "Os Caracteres"

Declaração de voto relativa aos documentos de prestação de contas da Câmara Municipal de Portimão do ano de 2007

Do ponto de vista técnico, este é sem dúvida um documento bem elaborado, aliás como é habitual nos documentos da responsabilidade do Departamento Administrativo e Financeiro da Câmara Municipal de Portimão, pelo que não se me levantam dúvidas quanto à veracidade das contas apresentadas.
Do ponto de vista político e nomeadamente quanto às grandes linhas de desenvolvimento estratégico, quanto às prioridades de investimento e quanto aos modelos de financiamento, são públicas as minhas divergências e as minhas dúvidas.

No que respeita à componente política do documento gostaria de salientar alguns aspectos:


1- Da leitura das Grandes Linhas de Desenvolvimento Estratégico, sobressai que muito pouco é dito sobre a execução do ano de 2007. Sendo que a prestação de contas se refere a 2007, esperar-se-ia que fosse feita uma análise sobre esse ano; em vez disso é descrito um rol de situações que vão decorrer em 2008, por exemplo: Parque Motorizado … Novembro de 2008, Complexo Desportivo … no decorrer de 2008, Requalificação da Zona Ribeirinha … em 2008, Porto de Cruzeiros… em 2008, Fórum Municipal … em 2008, Museu Municipal … em 2008, Certificação da Qualidade … em 2008, etc.… em 2008. Mais parece estarmos perante o Orçamento para 2008 do que perante a prestação de contas de 2007. Parece que nada aconteceu em 2007 e que tudo vai acontecer em 2008. Da leitura deste ponto não se pode deixar de concluir que estamos perante uma clara gestão direccionada para o calendário eleitoral que se avizinha.

Relativamente ao ponto que se refere ao Ensino Superior, da sua leitura depreende-se o desinteresse da autarquia em relação à continuidade do Ensino Superior Público em Portimão, uma vez que é afirmado … a prioridade da autarquia incide no desenvolvimento do Campus Universitário de Portimão através de parcerias com Instituições do Ensino Politécnico e Superior Privado…, considerando que estamos a falar das Grandes Linhas de Desenvolvimento Estratégico, é no mínimo estranho que não se tenha uma palavra sobre a Universidade do Algarve.

2. No que se refere às prioridades de investimento, a prestação de contas de 2007 reflecte um forte investimento numa política de eventos e auto-promoção, em contraponto com um incipiente investimento na acção social. Prova dessa situação é o valor da despesa paga com a rubrica acção social de 480.000 €, enquanto por exemplo a rubrica cultura conta com uma despesa paga superior a 6.700.000 €. A despesa expressa na rubrica transferências entre administrações é também ela elucidativa quanto às prioridades de investimento, representando um valor de 6.730.913 €, dos quais 601.691,90 € correspondem a transferências para as Juntas de Freguesia e os restantes 6.129.221,34 € no subsídio atribuído à Empresa Municipal Expoarade, que apesar disso apresenta um passivo de 8.160.500,98 €, o qual terá de vir a ser coberto pelo Orçamento da Câmara Municipal de Portimão.

3. Do lado da receita há a salientar o crescimento dos impostos directos sobre o património, nomeadamente IMI e IMT, por força da manutenção das suas taxas máximas, e da actualização dos valores patrimoniais dos imóveis, bem como por força de políticas de urbanismo fortemente baseadas no crescimento imobiliário.

4. Relativamente aos modelos de financiamento gostaria de referir que não estão reflectidos nestes documentos os compromissos financeiros de longo prazo assumidos através de contrato programa com as parcerias público – privadas, e que segundo os dados que consegui apurar até à presente data, no corrente ano de 2008 devem vir a ser superiores aos 200.000.000 €. Significa esta situação que há uma parte substancial da vida financeira da Câmara Municipal, que não está reflectida em nenhum dos documentos de prestação de contas.

Por tudo o exposto voto contra o presente documento.

O vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão
Pedro Martins

Portimão 11 de Abril de 2008

O Porta-voz (texto de Abril de 2008)


Fiquei a saber há uns dias, através do Barlavento, que o Partido Socialista de Portimão contratou um porta-voz, um tal de mestre Dantas, que pelos vistos é mestre em qualquer coisa relacionada com política, e é também especialista em matérias de cor e de mudanças de cor.Devo confessar que me senti lisonjeado por criatura de tal intelecto e com tamanhas provas dadas na política se dirigir directamente à minha pessoa, e na sua boa vontade transmitir-me os seus doutos ensinamentos sobre política. Devo no entanto dizer que lhe faltou logo à partida alguma honestidade intelectual, pois o mestre, para além de se identificar como mestre, e ao escrever um artigo de tal teor, deveria também ter dado a conhecer aos leitores a sua qualidade de membro da Assembleia Municipal de Portimão, eleito pelo Partido Socialista, após um estágio na Coligação “Portimão a Sorrir”.Mas enfim, o fundamental não será dar resposta à voz do dono, mas sim ao dono propriamente dito e a esse respeito é necessário dizer que o Partido Socialista, confrontado com um conjunto de questões objectivas expressas num artigo que escrevi e que foi publicado no Barlavento, optou não por dar respostas às questões levantadas, mas sim pela crítica pequena e mesquinha.Questionei no referido artigo a política de eventos efémeros, de festas VIP e de ecrãs gigantes. Esperaria uma resposta objectiva sobre quais as mais-valias que trouxeram para os Portimonenses e para o seu dia-a-dia. Na falta de argumentos, a resposta foi … as mais-valias da marca Portimão??????. Questionei também a inexistência de um conjunto de infra-estruturas e a falta de resultados de algumas políticas seguidas pelo actual executivo socialista, em contraponto com a já referida politica de auto-promoção. A esse respeito a resposta foi que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”. O problema é que o executivo socialista da Câmara Municipal de Portimão não aterrou de pára-quedas em Portimão em 2005, como por vezes parece que querem fazer passar, tendo por isso responsabilidades quer nos muitos erros cometidos ao longo de 33 anos, quer num conjunto de promessas que têm sido sucessivamente repetidas e sempre adiadas.Lembrei ainda as dúvidas que levantam os modelos financeiros seguidos actualmente pela autarquia. Só para que se tenha uma noção: considerando o passivo consolidado da Câmara Municipal de Portimão e das Empresas Municipais expresso nos documentos de prestação de contas de 2007, que ascende a mais de sessenta e sete milhões de euros (67.000.000 €), acrescido dos vários compromissos assumidos com as parcerias publico – privadas, os encargos financeiros assumidos pela autarquia deverão vir a consubstanciar em conjunto um valor superior a duzentos e cinquenta milhões de euros (250.000.000 €). Quanto a esta questão nenhuma resposta foi sequer esboçada.A falta de argumentos leva normalmente a que se dirija a crítica para o baixo nível, e a resposta do Partido Socialista foi realmente demonstrativa da falta de argumentos. Quando se procura de forma mesquinha apontar questões internas partidárias dos outros para justificar as nossas próprias más consciências, o resultado só poderia ser um arrazoado de disparates; aliás tanta justificação sobre a questão do “bloco central” só pode indiciar má consciência por parte dos responsáveis do Partido Socialista em relação aos seus próprios militantes.Devo ainda dizer, para terminar, que prefiro pertencer a um partido que discute, mesmo que por vezes de forma áspera, do que a um partido resignado que deitou fora todos os seus princípios fundacionais, e que vive apenas do marketing e para as estatísticas.Ponto Final.


Pedro Martins

Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão.

In barlavento.online.pt 10 de Abril de 2008

Declaração de voto Plano Pormenor da Horta do Palácio

Minuta de Protocolo de Cooperação Plano de Pormenor de Estruturação Urbanística da Área da Horta do Palácio


Na reunião da Câmara Municipal de Portimão realizada no dia 19 de Março de 2008, foram apresentadas pelo promotor, Porticentro, Lda, algumas imagens virtuais sobre a intenção de elaboração de um Plano de Pormenor em parceria com a Câmara Municipal de Portimão. Nessa mesma reunião, o executivo socialista indicou a intenção de fazer votar um Protocolo de Cooperação Para a Elaboração de um Plano de Pormenor de Estruturação Urbanística da Área da Horta do Palácio.

Confrontado com a Minuta de Protocolo de Cooperação Plano de Pormenor de Estruturação Urbanística da Área da Horta do Palácio, posta à votação na presente reunião, verifico que o que está em causa não é apenas a elaboração de um Plano de Pormenor, mas sim um plano de permutas de terrenos e um contrato de arrendamento que constitui mais um mecanismo de engenharia financeira que prevê a construção/ampliação do edifício da Câmara Municipal, e que onerará as contas da Câmara Municipal de Portimão por um prazo previsto de 20 anos, sem que esteja sequer definido qual o valor.

Se por um lado, no que se refere à elaboração do referido Plano de Pormenor, não se me oferecem quaisquer dúvidas, já quanto ao resto levantam-se-me sérias dúvidas, nomeadamente:

- quanto à definição prévia das áreas a permutar, as quais deveriam, em meu entender e a bem da transparência de todo o processo, ser definidas após a elaboração do Plano de Pormenor e depois de devidamente contabilizadas;
e,
- quanto ao compromisso assumido de construção por parte do privado e posterior arrendamento por parte da CMP relativamente ao Edifício de Ampliação dos Paços do Concelho, sobre o qual tenho sérias dúvidas quanto ao cumprimento das regras de concorrência, podendo na minha opinião este procedimento ser comparado a um ajuste directo sobre uma obra cujo custo não está sequer definido.

Face ao exposto e apesar não ter qualquer oposição quanto à elaboração do plano de pormenor, considero que tudo o resto constitui um cheque em branco, o qual em consciência não poderia votar favoravelmente.

O Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

Pedro Martins

Requerimento acerca das Sociedades Anónimas

Requerimento

Ex.mo Senhor

Presidente da Câmara Municipal de Portimão


Pedro Miguel Marreiros Bernardo Martins, na qualidade de Vereador da Câmara Municipal de Portimão vem requerer a V.Exa que se digne fornecer a seguinte informação:


1 - Composição dos Órgãos Sociais, incluindo os seus administradores delegados, das empresas Sociedade Anónima de iniciativa municipal, nomeadamente RioAdentro, S.A; Expoarade Estrutura, S.A; MMP, SA; Eventos do Arade S.A .


2 - Identificação das remunerações dos membros dos Órgãos Sociais, incluindo os seus administradores delegados, das empresas acima identificadas, incluindo senhas de presença, caso existam, bem como todas as regalias associadas: viatura de serviço; cartão de crédito, ajudas de custo, etc.


3 - Valor global dos encargos directos e indirectos assumidos pela Câmara Municipal de Portimão através de contratos programa ou outros instrumentos relativamente às empresas acima identificadas.


Mais solicita que a informação requerida seja disponibilizada no prazo máximo de 30 dias.


Portimão, 19 de Março de 2008


Pedro Martins

Vereador do PSD na CMP

UM CENÁRIO COR-DE-ROSA (texto de Março de 2008)


As declarações do Primeiro-Ministro, quer na recente entrevista televisiva, quer no balanço dos 3 anos de mandato, demonstram antes de mais um carácter de egocentrismo que de qualquer modo não constitui uma novidade, mas demonstram também um alheamento da real situação do país. Os exercícios de matemática criativa do Eng.º José Sócrates pouco dizem àqueles que sofrem na pele a real perda de poder de compra, o desemprego, a perda de direitos sociais ou a dificuldade de acesso aos serviços de saúde; de facto, se fizermos uma análise do que melhorou no dia a dia dos portugueses desde que Sócrates é Primeiro-Ministro, a resposta terá de ser “nada”. Bem sei que vivemos tempos difíceis e que é necessário pôr as contas públicas em dia, mas o objectivo de uma governação não se pode cingir, como alguns socialistas no passado já afirmaram, à “obsessão pelo défice”, nomeadamente quando essa “obsessão” leva ao agravamento das desigualdades sociais e ao empobrecimento acelerado da classe média. O cenário cor de rosa pintado pelo Primeiro – Ministro é suportado por aquilo a que chamo “salpicos”, ou seja, por um conjunto de medidas avulsas, sempre anunciadas com muita pompa e circunstância e que à primeira vista encantam os cidadãos, mas quando esmiuçadas têm um alcance limitado e muitas vezes incipiente. Os sinais da chamada “sociedade civil” cada vez mais evidentes vão afastando o cor-de-rosa dando lugar a uns tons de cinzento.Em Portimão também se assiste ao discurso do cenário cor-de-rosa, do auto elogio, e das grandes campanhas de marketing. É inegável que o actual mandato é um mandato com uma enorme visibilidade, falta é fazer a análise das mais valias que toda esta politica de eventos efémeros, de festas cor-de-rosa, de ecrãs gigantes e de auto promoção do Sr. Presidente da Câmara trouxeram para os portimonenses e para o seu dia a dia. É que paralelamente a todo o despesismo associado a esta política de “show off”, os portimonenses continuam a pagar as taxas máximas IMI, e a sofrer agravamentos nas taxas de saneamento e nas tarifas da água. Para além disso uma análise mais atenta permite-nos reparar que os problemas estruturais da cidade continuam por resolver. Basta olharmos para o grave problema de trânsito e estacionamento, para os problemas de insegurança, para degradação do tecido económico, nomeadamente para as dificuldades sentidas pelas pequenas e médias empresas do Concelho, para a falta de solução para muitas das questões sociais nomeadamente no que se refere às infra-estruturas de apoio à 1ª infância e aos idosos. E onde está por exemplo a famigerada gare rodoviária? Onde está a solução para pôr fim à caótica situação do cemitério municipal? Onde estão os novos e verdadeiros espaços verdes? Onde está o desenvolvimento do ensino superior?Acresce ainda que os modelos financeiros seguidos para suportar boa parte dos investimentos municipais levantam sérias duvidas, reforçadas pela tentativa de criar uma imagem de bloco central, e resta ainda saber quais as consequências que trarão em termos do equilíbrio das contas municipais, situação referida nos próprios relatórios do revisor oficial de contas da autarquia.A lógica do auto-elogio, dos cenários cor-de-rosa e da bajulação conduz invariavelmente á perda da consciência crítica, e consequentemente a um afastamento da realidade que não augura nada de bom para o futuro próximo da nossa vida colectiva.



Pedro Martins

Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

in barlavento.online.pt 8 de Março de 2008 09:52

Portimão, SA (texto de Novembro de 2007)

Portimão tem assistido nos últimos tempos à criação de um conjunto de Sociedades Anónimas de iniciativa municipal.A possibilidade de criação destas sociedades encontra-se prevista na lei e constitui-se hoje como um mecanismo legal ao dispor das autarquias. No entanto, é necessário ter a consciência exacta do que elas significam, e do porquê desta tão grande ânsia do executivo socialista portimonense em criar estas SA. Por questões de enquadramento, é necessário referir que o sector empresarial municipal é também uma realidade existente no concelho de Portimão, através das empresas municipais EMARP EM, e Expoarade EM. Relativamente à primeira, é muito provável que venhamos a assistir, num futuro não muito longínquo, à sua integração numa empresa de âmbito regional.Assim, actualmente, o sector empresarial de iniciativa municipal em Portimão é constituído pela EMARP EM (Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão), Expoarade Animação EM, Expoarade Estrutura SA (Consórcio para a construção, gestão e conservação de equipamentos desportivos e recreativos, infra-estruturas turísticas, urbanísticas e culturais), MMP SA (Mercado Municipal de Portimão, SA), e já estão aprovadas mais duas SA, que deverão vir a assumir a designação de RioAdentro SA (Consórcio para a requalificação da zona ribeirinha de Portimão) e de Eventos do Arade SA (Consórcio para a gestão do Pavilhão do Arade).Por princípio, não sou desfavorável à existência de empresas municipais ou à constituição de parcerias público-privadas e consequentemente de Sociedades Anónimas. Considero mesmo que são desejáveis em período de contenção orçamental e de restrição de acesso ao crédito, como forma de viabilizar novos equipamentos e promover a qualidade de vida dos cidadãos. No entanto, esta proliferação de constituição de empresas com os mais variados objectos sociais deve fazer-nos reflectir: elas não estão isentas de riscos e representam, cada uma delas, encargos elevados que oneram as contas municipais, ainda que não entrem directamente para os limites do endividamento.Para além disso, há que ter em atenção que, apesar de se estar a falar em Sociedades Anónimas, o que está em causa são dinheiros públicos, e quando estão em causa dinheiros públicos é indispensável o cumprimento de regras claras e objectivas que assegurem princípios de transparência e de livre concorrência e que garantam a salvaguarda do interesse público, bem como um controlo efectivo por parte dos órgãos que foram eleitos pelos portimonenses.Aquilo a que se está a assistir em Portimão é uma tentativa clara de fuga às regras das contratações públicas, e do controlo público e político sobre um conjunto de obras e actividades de grande importância para o Município. Através deste mecanismo, está-se a correr seriamente o risco de que o papel da Câmara Municipal, do presidente da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal enquanto gestores dos interesses dos portimonenses se vá desvanecendo, dando azo a que outros interesses e poderes se instalem, levando assim a uma limitação da capacidade de intervenção da sociedade civil. Aquilo a que poderemos estar a assistir é a um tipo de golpe de Estado institucional, onde os interesses democráticos são substituídos pelos interesses económicos, uma espécie de Portimão SA, uma «holding» com um presidente de Conselho de Administração que vai fazendo «aquisições», absorvendo os poderes autárquicos mais apetecíveis e deixando para os outros a gestão do dia a dia e as funções de representação.


Pedro Martins

Vereador do PSD na Câmara Municipal de Portimão

in barlavento. online.pt 15 de Novembro de 2007 15:52

Os funcionários (texto de Abril de 2007)

Vive-se hoje no nosso país uma situação de perseguição como julgo não há memória. Pessoalmente, como nasci em 1973, não assisti às perseguições do regime anteriores ao 25 de Abril.Tive a sorte de crescer com a democracia, acompanhando-a lado a lado e sempre me senti livre. Foi necessário chegar aos 33 anos para começar a sentir um tipo de opressão, que vai fazendo duvidar sobre esta nossa democracia. Sim, eu sou funcionário público! Essa raça que, de um momento para o outro, se tornou a encarnação do mal. Actualmente, a perseguição que está a ser feita aos funcionários públicos é quase comparável às perseguições feitas por alguns regimes ditatoriais, e os meios usados pelo regime são os mesmos: uma máquina de propaganda bem montada que aos poucos consegue chegar à mente das pessoas até levar a uma paranóia colectiva. Perdoem-me os leitores a comparação, mas é realmente deste modo que me sinto. A propaganda e a perseguição que este governo está a fazer aos funcionários públicos quase me leva a acreditar que nos podiam juntar todos nos campos de futebol construídos para o Euro 2004 (esses monumentos à competência e capacidade de gestão dos nossos governantes) e gasearem-nos; deste modo, de um dia para o outro, o país ficaria livre destes seres desprezíveis que são os funcionários públicos. Não discuto a necessidade de efectuar reformas na Administração Pública. Aliás, como funcionário público, sou o primeiro a considerar que são necessárias. Mas as reformas devem ser feitas de maneira pró-activa, envolvendo as pessoas que serão os agentes dessas reformas. Não acredito em reformas que impõem o medo, a desconfiança e a prepotência. Foram estes senhores que agora se anunciam como os grandes reformistas da administração pública e da segurança social que criaram, ainda não há muitos anos, um sistema que permitiu a milhares de pessoas reformarem-se antecipadamente, acumulando, na maior parte das vezes, essas reformas antecipadas com o salário. Foram estes mesmos senhores que engrossaram de modo leviano os quadros da administração pública. Foram estes mesmos senhores que afirmaram a sustentabilidade da Segurança Social por mais cem anos. E são estes mesmos senhores que hoje assobiam para o ar e anunciam medidas como redução de férias, aumento do horário de trabalho, redução de comparticipações nas despesas de saúde, aumento das contribuições para a ADSE, aumento da idade da reforma, e até mesmo medidas tendentes à diminuição de salários. Há um limite para a falta de vergonha, mas parece que «vergonha» é uma palavra que não consta no vocabulário destes senhores que conseguem transformar coisas ridículas e mesquinhas em feitos nacionais; basta um computador e o Power Point e transforma-se a redução de algumas décimas nos processos pendentes nos tribunais numa vitória contra o “monstro”.Revoga-se um conjunto de medidas administrativas, dá-se-lhe um nome bonito e com boa sonoridade (Simplex) e já está mais um número de circo para animar a comunicação social. E o que dizer de um Primeiro Ministro que parece que não existe? Até é fácil compreender os índices de popularidade do Primeiro-ministro: são tal e qual como os índices de popularidade associados aos Ministros dos Negócios Estrangeiros que, como não têm grande intervenção na política interna, mantêm normalmente a sua popularidade em alta. Assim é com o nosso Primeiro-ministro, que não se dirige ao país para falar, por exemplo, das questões relacionadas com o fecho de Urgências, ou para falar das medidas previstas na reforma das carreiras e remunerações da função pública. Temos sim um Primeiro Ministro «Estrela», que só aparece e que só se dirige ao país quando os técnicos de imagem e comunicação acham conveniente, ou seja, quando uma qualquer estatística dá para fazer uma apresentação bonitinha no Power Point.·
Pedro Martins
Funcionário Público
in barlavento.online.pt 5 de Abril de 2007 12:07